quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Os processos de Independência da América Latina


Independência da América Latina (1808-1826)

Foi o processo político e militar que afetou todas as regiões situadas entre os vice-reinados da Nova Espanha e do Rio da Prata, cujo resultado foi o nascimento dos modernos estados independentes da América Latina.

Pode ser dividida em duas grandes fases: a primeira caracterizada pela atuação das Juntas constituídas nas principais cidades americanas e que começaram pelo reconhecimento da autoridade real, porém propiciaram o início do processo de independência, e a segunda pela guerra aberta e generalizada em todos os territórios entre patriotas e realistas.
PRIMEIRA FASE. A ATUAÇÃO DAS JUNTAS (1808-1814)

1. O Rio da Prata
A primeira Junta se constituiu em Montevidéu, em 21 de setembro de 1808, ainda reconhecendo a autoridade do vice-rei. A Banda Oriental dos territórios no Rio da Prata esteve dominada por José Gervasio Artigas, que venceu as tropas realistas, em 1811, mas não pôde ocupar Montevidéu.
Em Buenos Aires foi criada uma Junta, em 25 de maio de 1810, que enviou José Rondeau à Banda Oriental e Manuel Belgrano ao Paraguai. Em 14 de maio de 1811 José Gaspar Rodríguez de Francia proclamou a independência do Paraguai. Em 1814 Artigas e Rondeau ocuparam Montevidéu reafirmando o controle sobre a Banda Oriental.
2. O Alto Peru

A primeira Junta que rompeu abertamente com as autoridades espanholas foi a de Chuquisaca, seguida pela Junta de La Paz, constituída em 16 de julho de 1809, que foi dominada pelos realistas.

Fim parecido teve a Junta que se constituiu em Quito, em 10 de agosto de 1809, com Juan Pío de Montúfar. Em 11 de outubro de 1810, foi declarada a independência do Equador, mas em 1812 o vice-rei do Peru voltou a controlar toda a região.
Nova Granada A figura de Simón Bolívar ("o Libertador"), dominou o processo de independência da Venezuela. Em Caracas se constituiu uma Junta, em 19 de abril de 1810, que proclamou a independência do país, declarando a República Federal em 5 de junho de 1811. Na Colômbia, a Junta de Santa Fé depôs o vice-rei, em 20 de julho de 1810, e em abril o I Congresso de Cundinamarca declarou a independência da República.
3. Chile
A Junta de Santiago se constituiu em 18 de setembro de 1810, ainda com muitas divergências entre seus dirigentes. Em julho de 1811 o espanhol José Miguel Carrera tomou o poder apoiado por Bernardo O’Higgins.
4. México
A conspiração, iniciada em Querétaro, abriu caminho para o levante do padre Miguel Hidalgo em 16 de setembro de 1810. No sul do país, os revoltosos dirigidos por José Maria Morelos proclamaram a independência do México, mas a enérgica e sangrenta reação do vice-rei restabeleceu a autoridade real.

SEGUNDA FASE. AS GRANDES CAMPANHAS MILITARES (1814-1824)
1. A reação espanhola (1814-1816)
Os realistas retomaram as investidas e Bolívar teve que escapar rumo ao Caribe. No Peru, controlaram a maior parte do território e, no Chile, a falta de entendimento entre Carrera e O’Higgins dirigiu a vitória realista em outubro de 1814. A causa libertadora só triunfaria na Argentina com a independência das Províncias Unidas do Rio da Prata, em 9 de julho de 1816.
2. As grandes expedições (1817-1822)
A guerra generalizou-se em todas as regiões a partir de 1817. No congresso de Angostura (fevereiro de 1819) Bolívar foi nomeado presidente da República da Venezuela; cruzou os Andes e, vencendo em Boyacá, conseguiu entrar em Bogotá.

No fim de 1819, foi constituída a República da Grande Colômbia e, em 24 de junho de 1821, Bolívar obteve a vitória de Carabobo, garantindo a independência da Venezuela.

No Sul, o general José de San Martín atravessou os Andes em direção ao Chile, triunfando em Chacabuco, em 12 de fevereiro de 1817. Os êxitos argentinos obtidos no Chile não se repetiram na Banda Oriental, consolidando a separação do Uruguai, que se declarou república independente.
San Martín iniciou a campanha do Peru, conseguiu ocupar Lima e proclamou a independência do país em 28 de julho de 1821. Dois anos depois os realistas recuperariam Lima, no entanto, as vitórias de Antonio José de Sucre e Bolívar em Ayacucho foram decisivas.


A INDEPENDÊNCIA DO MÉXICO E AMÉRICA CENTRAL

No México, Agustín de Iturbide lançou um manifesto conhecido como o Plano de Iguala e, em 24 de agosto de 1821, foi declarada a independência.
Em 1822 Iturbide incorporou a América Central ao México, atuando contra os desejos da maioria da população. Um ano depois, foi criado o estado independente das Províncias Unidas da América Central.

Vice-Reino do Rio da Prata em 1783; a jurisdição sobre a Patagônia oriental até o estreito de Magalhães e o litoral de Atacama, no oceano Pacífico, são considerados pela historiografía tradicional chilena como pertencentes a Capitania Geral do Chile.

Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar Palacios y Blanco (Caracas, 24 de Julho de 1783Santa Marta, 17 de Dezembro de 1830) foi um militar venezuelano e líder revolucionário responsável pela independência de vários territórios da América Espanhola. Foi importantíssimo personagem na história da América Latina.


José Miguel Carrera. José Miguel Carrera Verdugo (Santiago do Chile; 15 de outubro de 1785 - Argentina, 4 de setembro de 1821), político e militar Chileno. Ativista da independência do Chile.

José María Teclo Morelos y Pavón (30 de Setembro de 1765 - 22 de Dezembro de 1815) foi um dos primeiros líderes da luta pela independência do México da Espanha, até ao seu julgamento e execução pelo Santo Ofício.

As Províncias Unidas do Rio da Prata faziam fronteira ao sul com um espaço ocupado por nativos indígenas do Pampas e Patagônia que era terra natal das nações ameríndias dos Mapuche, Ranquel e Het. Ao Norte fazia contato com os territórios indígenas do Grande Chaco ocupado pela nação Guaycurú. A oeste, limitava-se com a Capitania Geral do Chile, território pertencente à Espanha e a leste com o Império Português do Brasil.

Proclamação da independência do Peru, conquistada sob liderança do general José de San Martín.


Assinatura da ata de independência da Venezuela em Caracas. Afresco de Martín Tovar.

Relevo representa (ao centro) encontro de Simón Bolívar e o general San Martín, no Equador.

Tropa de Bolívar e de Santander derrotam partidários da Coroa espanhola na batalha de Boyacá.

Brasil x América Latina


Diferenças entra a independência do Brasil e da América latina
  • Na América latina, as lutas foram entre tropas dos criollos, comandadas por San Martin e Simon Bolívar (que faziam parte da elite de seus países) apoiados pelos ingleses, que desejavam o livre comércio com essas colônias, ou seja, não foi uma luta que envolveu toda a população... foi muito mais uma luta entre elites, tanto é que quem vai assumir o poder será a elite criolla...trocou-se seis por meia dúzia, pois o povão continuou na miséria e na exploração... mudaram-se os atores, mas o filme continuou o mesmo.
  • Já no Brasil, a participação popular foi ainda menor e quem proclamou a independência foi o próprio príncipe regente.
  • Outra diferença é que na América latina foram implantadas repúblicas.
  • Enquanto o Brasil tornou-se um império.
  • Na América latina fragmentou-se, pois as elites criollas (os caudilhos) não admitiam que o imenso território fosse apenas uma república, comandada por um único presidente,eles queriam mandar em sua área de influência.
  • Já no Brasil, a presença da família real e a implantação do império com toda a truculência contra os movimentos separatistas, impediu a fragmentação do território.